Disputa de mercado move grandes operações de combate à corrupção
Jorge Nemr 23/06/2016 A corrupção é uma doença que se tornou uma epidemia. Mata mais que todas as outras doenças juntas, ao sugar recursos que poderiam estar indo para a saúde e para o saneamento público. Todos os anos, milhares de pessoas morrem por falta de atendimento. Os últimos dois anos impulsionaram no Brasil, principalmente com a Lava Jato, um combate implacável e louvável contra a corrupção. Algumas outras investigações aqui, como a Zelotes e a Acrônimo, ou no exterior, como o “Caso Fifa”, também têm como pano de fundo o combate à corrupção pública ou privada. Todas essas operações têm um elo grande. O elo entre elas chama-se “disputa de mercado”, principalmente após a última grande recessão que atingiu, a partir de 2007/2008, os EUA, a Europa e grande parte do mundo. Recessão, aliás, que ainda tem efeitos hoje. Para ver esse cenário com mais clareza, é preciso uma análise mais profunda do comércio internacional de bens e serviços e também das leis. Com a globalização, foi criado um único mercado mundial para ser disputado e um conjunto de leis que rege esse mercado, adotado por diversos países. São regras globais. Um dos maiores exemplos são as leis anticorrupção adotadas nas mais diversas jurisdições, a partir da FCPA (Foreign Corrupt Practices Act) americana que surgiu na década de 70, e depois de uma “cruzada” dos EUA junto...
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