Mês: janeiro 2016

Jabor: Revolução na Corrupção

  Caro Senador, Volto nove anos atras a Arnaldo Jabor para mais algumas formulações de gênio, essas no artigo “Há uma revolução dentro da corrupção”, publicado em O Globo de 19 de junho de 2007. Dois trechos chamam atenção. O primeiro trata da nova parceria entre PT e PMDB, parceria feita em 2005 na esteira do mensalão. Naquela altura, o mensalão tinha “matado” o petismo romântico e “derretido” o PSDB. “Com a morte do petismo romântico, com o derretimento do PSDB, o destino do país vai ser a ideologia escusa, sem moral, do peemedebismo que o lulismo favorece. Os sinais estão no ar. Nosso destino histórico é a maçaroca informe do PMDB. O objetivo dessa mixórdia é nos fazer descrentes de qualquer decência.” E depois de muitas exclamações, lamentos e invocações em busca de algo positivo no que se passa, vem o segundo trecho interessante: “E, no meio dessa imundície, esplende o sereno fulgor de Mônica Veloso, nossa bela Lewinsky, a gestante e amante, a Vênus onde a nacionalidade se espelha, de onde emanam as pensões em dinheiro vivo, o zelo do lobista, os halls de hotel, os passinhos servis na entrega dos envelopes, o rosto deprimido da esposa oficial no plenário, tudo mesclado num sarapatel: o amor, o sexo, as empreiteiras, o público e o privado… Que delícia, que doutorado sobre nós mesmos!” Jabor explica: era a “cultura...

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Falar a Verdade

  Cumpri minha missão. Rompi com o Congresso, e o Congresso me expeliu. Fui cassado por cometer o delito de abrir o esgoto a céu aberto, e deixar a substância pestilenta vir à superfície. Quanto mais mexeram, pior ficou o odor. Entrou na sala de visitas o conteúdo do esgoto político. O que fiz foi tido como um delito imperdoável aos olhos dos meus pares, pois transgredi a lei do silêncio, o código de conduta corporativo, a omertá que impera na política brasileira. Atravessei a ponte e a explodi: não havia caminho de volta. Mas estou seguro de que, ao deflagrar esse processo de decantação, fiz um bem tanto ao meu partido quanto à sociedade brasileira. Nenhuma crise é somente negativa. Precisamos refletir sobre as causas que levaram nossas principais instituições a tamanha fragilidade. A República brasileira está exposta ao loteamento, foi degradada e conspurcada. Acontece um leilão de cargos a cada vez que alguém chega ao poder. O Congresso também está esvaziado pelas medidas provisórias: O Legislativo virou um apêndice do Executivo. As nossas instituições foram “aparelhadas”. (…) A novidade da crise que deflagrei foi que, pela primeira vez, apareceu alguém para falar com clareza didática, sem hipocrisia, sobre os mecanismos da corrupção no Brasil. Fiz esse papel. Roberto Jefferson (Citado  por  Diogo de Oliveira Mendes, em “Cronicamente viável – A estética da polêmica na prosa de Arnaldo...

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O PMDB é coisa nossa, muito nossa…

Arnaldo Jabor 23 Novembro 2010 – Atualizado: 23 Novembro 2010   “Sem nós, ela não faz nada! Não pensem vocês que estamos de brincadeira. Demos um tempo no “blocão” para não assustar a madame ainda, mas, qualquer coisa a gente volta a ter 202 deputados no mínimo na Câmara. Esses soviéticos não aprendem… Tentaram enrolar o PTB, logo com quem – o cobra criada Jefferson que os botou para correr. E agora acham que vamos topar outro petebista mandando na Comissão Mista do Orçamento, como quer d. Dilma? Aquele Gim Argello que não foi nem eleito, lugar-tenente do Roriz? Sei que o plano da presidente (a) é combater nosso excesso de poder; sei que ela quer “homeopaticamente” desfazer nossos esquemas (que chamam de “corrupção”…) com mais “corrupção” (“similia similibus curantur” – sei latim, meu filho). Não adianta…, a gente coopta quem aparecer (principalmente esse aí que nem foi eleito, lá do buraco do Roriz…) e, se bobear, novo “blocão” pois, além dos “nanicos”, nós temos os grandes mestres, os faixas pretas do País: Sarney, o eterno, Renan, Jucá, o impalpável Eduardo Cunha, tantos… Eles sabem nos comandar, eles sabem o que querem… E tem mais: agora, estamos no Executivo. Nosso comandante Temer conquistou a posição ideal que sempre almejamos: a vice-presidência. O vice é tudo. A presidente (a) é alvo, o vice pula de lado e escapa das flechas. A...

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PMDB

Programa Emergencial   João E. da Silveira Brasília, 08 de agosto de 2015   18 Pontos à Guisa de Introdução 1966: O MDB foi criado sob o regime militar em consonância com princípios da doutrina da segurança nacional, que preconizavam um sistema bipartidário na regulamentação da política, com um partido de situação e outro de oposição. Eram dois os propósitos: evitar o partido único marxista-leninista ou a bagunça multipartidária.[1] 1970: Ulysses Guimarães assume o comando do MDB. O (P)MDB de Ulysses exerce tão bem seu papel oposicionista que sua chegada ao poder em 1985 significou o fim do regime militar. O regime tinha programado sua própria fuga ou, para dizer o mesmo com algum escárnio, seu próprio coveiro. Foi uma saída ou solução institucional, sem guerra, sem sangue, e conservadora. O (P)MDB de Ulysses albergou facções oposicionistas que viriam a constituir-se em novos partidos, quando caiu o sistema bipartidário em 1979. O regime autoritário abandonou o bipartidarismo, mas adotou cláusula de barreira que restringia o número de partidos relevantes (com representação na Câmara) a cerca de cinco. 1985: STF decide que a lei de fidelidade partidária não se aplicava ao Colégio Eleitoral, possibilitando, assim, a eleição da chapa Tancredo-Sarney, do PMDB, para a Presidência da República, derrotando a chapa Maluf-Marcílio, do PDS. Tancredo Neves morre sem tomar posse da Presidência. Sarney assume. Transição perfeitamente conservadora. Ainda em 1985, embalado...

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Sugestões ao PMDB

  Caro Senador, Em meados de 2015, encaminhei ao Moreira Franco e à assessoria do senador Romero Jucá, um roteiro com seis sugestões – sugestões que chamei de movimentos porque destinavam-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro. O roteiro identificava seis ações fortes e inovadoras, ações essas compatíveis com a índole conservadora do PMDB. Mas são ações capazes de sinalizar de forma inequívoca viradas essenciais e necessárias da política brasileira nos planos municipal, federal e internacional. Plano Municipal Assembleias Municipais ou Town Meetings, não remuneradas, em que a cidadania dos pequenos municípios participa diretamente nas decisões sobre os programas e gastos do governo municipal. Emenda ao art. 27 da CF dará aos pequenos municípios (aqueles onde todos se conhecem) a opção de escolher, na sua lei orgânica, entre a democracia representativa (atuais câmaras de vereadores) e a democracia direta (assembleias municipais ou town meetings). Objetivos: Treinar a cidadania na atividade e prática política Fortalecer a democracia direta nas pequenas localidades Diminuir custos de iniciação na classe política Plano Federal Saneamento da Dívida Pública através da securitização de recebíveis e da quitação da dívida em títulos públicos dos entes federados (novo pacto federativo), com uso de dois fundos (um de Recuperação das Finança Públicas e outro de Poupança Pública Compulsória), num período de cinco anos etc. Objetivos: Levar os governos (entes federados) a gastar (por sua conta e risco) não...

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